CINEMA PORTUGUÊS
O primeiro filme “falado e cantado” em português, foi realizado por Leitão de Barros em 1931. O realizador escolheu o fado e o fatalismo, para tema musical e de enredo.
O filme foi baseado na obra original de Júlio Dantas, e conta a história de um jovem fidalgo, dom João conde de Marialva, cujo amor estava dividido entre uma fidalga e a famosa cigana Severa personagens míticas, criadas pelo escritor.
O filme “ A Severa” tem como cenário as touradas, a lezíria e os campinos. Os exteriores foram filmados em Portugal, mas as cenas de estúdio e as gravações foram efectuadas nos arredores de Paris em Épinay-sur-Seine, nos estúdios da Tobis francesa, visto que em Portugal ainda não se gravava som. Já em 1930 tinha sido estreado no Tivoli em Lisboa o filme sonoro “A Canção do Berço” de Alberto Cavalcanti, e outros dois estrearam em Abril e Maio de 1931 mas não se tratava ainda de filmes portugueses eram versões em português de filmes americanos.
A Severa, estreou no São Luíz, em Lisboa, num ambiente de acontecimento nacional, em 18 de Junho de 1931, e esteve mais de 6 meses em cartaz, tendo sido visto por 200 mil espectadores, com um sucesso enorme. As suas canções correram de boca em boca até aos dias de hoje. Quem não se lembra, de ‘O Timpanas … giza azul e bota alta a reinar com toda a malta….’. Esta como todas as canções do filme, tinham música de Frederico de Freitas e as letras do próprio autor do romance, Júlio Dantas. Do elenco artístico do filme constam: Dina Teresa (Severa), António Luis Lopes (D. João, o Conde de Marialva), António de Almeida [Lavradio] (D. José), Ribeiro Lopes (Custódia), Silvestre Alegrim (Timpanas Boleeiro), António Fagem (Romão Alquilador) e Augusto Costa/Costinha (Marquês de Seide).
"A Severa é sobretudo uma crónica visual de gente triste e desajeitada (...). E que, entre campinos nas lezírias (a soberba abertura do filme), touradas à antiga portuguesa e quase todo o arsenal folclórico, vai desencantar uma tipologia humana, que aceita sem revolta a fatalidade e a miséria e dessa inércia ou desse abandono retira a sua força dramática. É nesse sentido que "A Severa" foi e é um dos mais admiráveis retratos de Portugal, combinando a pequena maldade com a grande complacência. Poucos imaginários visuais nos restituíram tão bem "séculos de existência entre uivos de heroísmo e renúncias inconfessadas” , João Bénard da Costa, in Histórias do Cinema, col. Sínteses da Cultura Portuguesa, Europália 91, ed. Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1991. “
O tempo passa mas Portugal tem dificuldade em libertar-se do seu fadário. Hoje como ontem continuamos a aceitar “sem revolta a fatalidade e a miséria”
O folclore que Leitão de Barros tão bem soube explorar nos seus filmes, tanto no guarda-roupa como nos cenários criava uma atmosfera propícia à envolvente sentimental do povo o qual aceitava o seu “destino”. O cantar as glórias do passado de Portugal e um exacerbado patriotismo, completavam o quadro, tanto do agrado de Oliveira Salazar.
Ao filme A Severa seguiram-se outras jóias da cinematografia nacional.
(Fotografias e pesquisa para o texto internet
Biografia
O filme foi baseado na obra original de Júlio Dantas, e conta a história de um jovem fidalgo, dom João conde de Marialva, cujo amor estava dividido entre uma fidalga e a famosa cigana Severa personagens míticas, criadas pelo escritor.
A Severa, estreou no São Luíz, em Lisboa, num ambiente de acontecimento nacional, em 18 de Junho de 1931, e esteve mais de 6 meses em cartaz, tendo sido visto por 200 mil espectadores, com um sucesso enorme. As suas canções correram de boca em boca até aos dias de hoje. Quem não se lembra, de ‘O Timpanas … giza azul e bota alta a reinar com toda a malta….’. Esta como todas as canções do filme, tinham música de Frederico de Freitas e as letras do próprio autor do romance, Júlio Dantas. Do elenco artístico do filme constam: Dina Teresa (Severa), António Luis Lopes (D. João, o Conde de Marialva), António de Almeida [Lavradio] (D. José), Ribeiro Lopes (Custódia), Silvestre Alegrim (Timpanas Boleeiro), António Fagem (Romão Alquilador) e Augusto Costa/Costinha (Marquês de Seide).
"A Severa é sobretudo uma crónica visual de gente triste e desajeitada (...). E que, entre campinos nas lezírias (a soberba abertura do filme), touradas à antiga portuguesa e quase todo o arsenal folclórico, vai desencantar uma tipologia humana, que aceita sem revolta a fatalidade e a miséria e dessa inércia ou desse abandono retira a sua força dramática. É nesse sentido que "A Severa" foi e é um dos mais admiráveis retratos de Portugal, combinando a pequena maldade com a grande complacência. Poucos imaginários visuais nos restituíram tão bem "séculos de existência entre uivos de heroísmo e renúncias inconfessadas” , João Bénard da Costa, in Histórias do Cinema, col. Sínteses da Cultura Portuguesa, Europália 91, ed. Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1991. “
O tempo passa mas Portugal tem dificuldade em libertar-se do seu fadário. Hoje como ontem continuamos a aceitar “sem revolta a fatalidade e a miséria”
O folclore que Leitão de Barros tão bem soube explorar nos seus filmes, tanto no guarda-roupa como nos cenários criava uma atmosfera propícia à envolvente sentimental do povo o qual aceitava o seu “destino”. O cantar as glórias do passado de Portugal e um exacerbado patriotismo, completavam o quadro, tanto do agrado de Oliveira Salazar.
Ao filme A Severa seguiram-se outras jóias da cinematografia nacional.
(Fotografias e pesquisa para o texto internet
Biografia
Maria Severa Onofriana, a Severa, como era conhecida, nasceu em Lisboa, no Bairro da Mouraria, em 1820. Era filha de Severo Manuel e Ana Gertrudes. A sua mãe era proprietária de uma taberna e tinha por alcunha "A Barbuda", devido à barba que tinha na cara. A Severa era uma prostituta alta e graciosa, que cantava o fado (especialmente numa taberna da Rua do Capelão). Teve vários amantes conhecidos, entre eles o Conde de Vimioso (Dom Francisco de Paula Portugal e Castro) que, segundo a lenda, estava enfeitiçado pela forma como ela cantava e tocava guitarra, levando-a frequentemente à tourada.
Morreu de tuberculose a 30 de Novembro de 1846 na rua do Capelão, na Mouraria, em Lisboa, tendo sido sepultada no cemitério do Alto de S. João numa vala comum.
A sua fama deve-se ao escritor Júlio Dantas, que a imortalizou na novela "A Severa" que originou a peça levada à cena em 1901, bem como o filme de Leitão de Barros, de1931, com o mesmo nome
(Fonte Wikipédia, internet)
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